Sadhguru - O que significa ser um ser humano totalmente realizado?

Ontem tirei o dia para estudar e assistir vídeos que gosto. Nesses momentos sempre acompanho as falas do indiano Sadhguru.

Assisti um vídeo que me impactou bastante, quando isso acontece gosto de traduzir para compreender melhor a fala. O título do vídeo pode ser traduzido como:  O que significa ser um ser humano auto realizado (completo)?


Claro que é muito possível fazer uma ligação entre esse vídeo e a situação política brasileira atual.

Em itálico abaixo estão trechos que transcrevi. Também fiz alguns comentários. Boa leitura!


Aquilo que você chama de eu é simplesmente: vida.
(...)
Desde o útero o que você é, é simplesmente um processo de vida.
(...)

Bem, aqui o autor deixa claro a simplicidade e grandeza dos seus ensinamentos. Olhe para as coisas como elas são. Você é a vida dentro de você. Isso não é pouca coisa, isso é uma coisa enorme. Dentro de tudo o que ocorreu no universo, você está aí, uma vida dentro de um pedaço de carne (ele também usa essa expressão.). Uma luz que dá vida a esse corpo.  Dentro da Kundalini Yoga isso é Sat Nam.


Então, como esse pequeno pedaço de vida, estas duas células que se conheceram no quarto de alguém se tornaram uma bola de carne, para começo de conversa?

Se tornaram um processo de vida, e agora, um ser humano

Um ser humano, sim. Não um ser humano totalmente realizado e consciente, não. 

Esse ser tem que ser tornar um ser totalmente realizado e consciente.


Ser um ser humano é apenas estar vivo. Sadhguru diferencia isso de ser totalmente realizado.


Quer dizer...

As mesmas coisas que nutrem você, são as mesmas coisas que te prendem. As mesmas coisas que parecem ser a fonte da sua vida também são as limitações da sua vida. 

É por isso que as pessoas ficam tão confusas sobre o que manter e o que deixar. Todas as coisas que você pensa que são as boas, são também as más. Esse é o problema. 

Seria muito simples se as coisas boas e as coisas  más fossem bem diferentes. Seria fácil manter as boas e se livrar das más. 

Mas as coisas boas são más e as más são boas, esse é o problema. Então você tem que se livrar das coisas boas e das más. 


Aqui as coisas ficam um pouco complexas... Na minha interpretação ele está falando sobre a dualidade que existe no mundo. Sobre vermos as coisas como boas ou como más. O que é bom na percepção de uma pessoa é ruim na percepção de outra.


Ou você tem que abraçar (embrace) todas as coisas boas e as coisas más. Abraçar (embrace) as coisas boas e as más é muito difícil. 

Sua vida se tornaria muito multi-dimensional se você pudesse fazer isso. Mas você não pode fazer isso. Você pode fingir fazer isso.


Aqui Sadhguru falou sobre o que achei o mais importante: essa falsa ideia de indústria do pensamento positivo que quer ver o lado bom de tudo. Assim, eu até compreendo a importância do olhar Poliana e do filme "A vida é bela". Mas percebo para muitas pessoas isso é uma desculpa para serem conformistas na vida, para simplesmente dizerem "tudo é bom" sem verdadeiramente acreditar nisso.


A ideia que as pessoas tem sobre abraçar (embrace) a totalidade é: elas tentam pintar tudo como "BOM". Então elas se chamam de "Santos". 

Não tem nada de santidade nisso. É uma grande bobagem. Não ter a capacidade de discernir quem é quem, o que é o que, no mundo não é santidade, é apenas uma idiotisse.

Mas isso passa como santidade: "Eu vejo bondade em tudo". Isso nada tem a ver com santidade, isso é ser bobo. 

Coisas diferentes tem formas diferentes. Se você não sabe lidar com as coisas, você está sendo bobo, não está sendo uma pessoa santa. Mas, infelizmente, isso soa como santidade. 


Essa ideia foi construída na nossa sociedade e eu nem vou aprofundar muito nesse momento mas tenho certeza que você conhece alguém que tem esse tipo de discurso de positividade forçada. Ou você mesmo(a), assim como eu, já passou por essa fase.


Ter a capacidade de ver tudo exatamente da forma como é, e ainda assim ter a capacidade de aceitar as coisas exatamente da maneira como as coisas são, dá muito trabalho.


Então o melhor a se fazer é manter uma certa distância de todas as coisas. Manter uma pequena distância, você não precisa sair correndo, apenas mantenha uma certa distância de todas as coisas. 

Lide com tudo o que tiver que lidar, mas com uma pequena distância. Essa é uma forma mais fácil de lidar com as coisas. 


Gente, nesse ponto que eu me desafiei a compreender o que ele estava falando. A princípio isso não fez nenhum sentido para mim!

Mas depois de assistir de novo, traduzir e transcrever eu entendi que essa ideia é fundamental para quem está num caminho de se compreender e compreender a realidade da vida.

Essa ideia simples serve como um certo guia para nossas ações da vida. E na realidade eu já tinha entrado em contato com essa ideia no caminho que sigo no auto estudo da Kundalini Yoga. O fundamental dessa compreensão é que a única coisa que não vai te abandonar, não importa o que esteja acontecendo ao seu redor: sucesso, miséria, crise, brigas, felicidade... se você entende que todas essas coisas são transitórias e você se mantém um pouco afastado de tudo isso, Uau! Esse espaço é enorme  pois agora você pode viver tudo sem estar apegado a nada!



Não estou dizendo que é a melhor forma ou que é uma boa forma. Estou dizendo que é a forma mais fácil.

Se você gosta de lidar com as coisas da forma mais excitante ou mais difícil, tudo bem. 

Isso também é muito legal do Sadhguru, ele não impõe isso como regra para nada. Simplesmente ele coloca que essa é a forma mais fácil de lidar com as demandas da vida em sociedade.


Apenas se você tiver a força de não se quebrar pelo caminho siga dessa forma. Caso contrário, é melhor manter uma certa distância. 

Você olha para tudo, não importa se é uma coisa boa ou má, mantenha uma certa distância de tudo.


Tanto o que é bom quanto o que é ruim nos prende à experiência e bloqueia nossa criatividade.


"Oh, mas o que é isso Sadhguru? você estava falando sobre amor e agora está falando sobre distância?"

Apenas porque existe distância você pode rir... por favor entenda isso.

Se você criar algo que seja receptivo, a força da vida a encontrará.


E é isso, não vou comentar esse final. Se você leu até aqui e gostou, deixe a sua contribuição sobre a interpretação desse final.

Gratidão.

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