Parvinder Singh Khalsa em Curitiba - Sikh Dharma e Kundnalini Yoga

Nas últimas três semanas Parvinder Singh Khalsa esteve em Curitiba realizando palestras, worshops e atendimentos sobre Sikh Dharma e Kundalini Yoga.

Parvinder Singh Khalsa é um estudioso do Naad yoga, o yoga do som. Ele traz uma compreensão muito profunda a respeito do uso do som e dos mantras. 

A única foto que fizemos "tietando" e ele piscou! =) mas valeu valeu! WahiGuru!

Mais do que o conhecimento e ensinamentos, a presença dele é algo inspirador para todos que estamos nesse caminho da Kundalini Yoga e do Sikh Dharma. 

Eu sei que existe muita curiosidade a respeito de Kundalini Yoga e Sikh Dharma, assim como também há muita desconfiança a respeito disso tudo, como existe desconfiança a respeito da religião de um modo geral. 

Por isso vou aproveitar para compartilhar um pouco do que tenho aprendido nesse caminho do aluno (Sikh) e também comentar um pouco a respeito dessa desconfiança.

Então, Sikh significa aluno. Podemos afirmar que este caminho Sikh começou com o Guru chamado Nanak (1469 - 1539), no norte da índia, na região chamada Punjab. 

O Sikhismo é considerado a sexta maior religião do mundo, em número de adeptos.

Mas o que significa ser uma religião?

Em geral, no ocidente, estamos acostumados com religiões que tentam nos convencer e nos converter para o caminho delas. Eu já fui cristão, evangélico e inclusive queria ser missionário. No entanto, na minha experiência, ainda criança, eu comecei a ver que havia bondade, amor e "Deus" em muitos locais que não exclusivamente na religião. E na religião também havia tudo isso.

Alguém dirá: "mas também tem gente corrupta na religião!" Isso existe em muitos locais, dentro e fora da religião, então esse argumento não é válido para deslegitimar o que estou falando.

Naquele quadrinho tem a figura dos Gurus Sikh

Voltando ao assunto, a grande diferença da compreensão que foi trazida, por muitas pessoas, mas particularmente, por Guru Nanak é: Não existe uma pessoa de uma ou outra religião. Existem seres humanos e todos, mulheres, homens, crianças, negros, brancos, indígenas, orientais, TODOS temos direitos iguais e somos formados por uma mesma essência.

Essa intuição de Guru Nanak deu origem ao caminho Sikh. 

E por isso, Sikh Dharma não tenta converter ninguém, muito pelo contrário, compreende que Uma Mesma Energia cria tudo o que existe e está presente em toda humanidade e, portanto, em todas as religiões.

Mas então, o que significa ser um Sikh? 

Na minha compreensão, como um aluno que está aprendendo tudo isso, um Sikh é alguém que está aprendendo diretamente de sua experiência, de sua intuição e que está na disposição e desejo de servir à hUManidade.

Essa palavra em português contém esse mistério nela: Uma unidade, unidade, união. 

Guru Nanak chamou essa unidade de IK. 

Ik significa um.

A experiência de Unidade, esse mistério, esse silêncio, isso que buscamos na meditação, seja silenciando, cantando, ou praticando Yoga.

Então há quem diga que "Kundalini Yoga é lavagem cerebral". E isso está correto.

Parvinder no Gurudwara

Como assim??? Sim, nossa mente está "suja", apegada à ideia de que somos isolados de todo o restante que existe no universo. A Kundalini Yoga, o Sikh Dharma, Guru Nanak, Parvinder Singh e tantos outros compartilham de ferramentas que "lavam" nosso cérebro dessa desconexão do todo. E assim podemos experimentar a sensação de sermos uma gota no oceano, e portanto, sermos o oceano.

Eu me atrevo a dizer que, apesar dele ser uma pessoa muito especial e com muito a compartilhar, nós não reverenciamos a pessoa de Parvinder Ji, e nem mesmo reverenciamos a pessoa de Guru Nanak.

No Sikh Dharma, o caminho do aluno, reverenciamos a LUZ, o conhecimento, a sabedoria, a  paz, o amor, a compreensão e a experiência da Unidade entre tudo o que existe, que estas pessoas muito especiais trouxeram para o mundo.

São estas algumas das intuições que me vieram através do contato com Parvinder Singh Khalsa.

Quero deixar claro que estou falando do que tenho experimentado. Não falo em nome de nenhuma instituição ou pessoa, mas única e exclusivamente do que tenho aprendido.

Tem ainda mais uma coisa que eu gostaria de compartilhar. 

Cantando Mantras no Gurudwara

Depois de Guru Nanak, deram continuidade a o seu trabalho "espiritual" (ou seja, de mergulhar profundo no sentido da existência humana e compartilhar isso), outros nove Gurus, completando dez Gurus.

O conhecimento, em forma de canções, foi compilado em um livro chamado Guru Granth Sahib.

Esse livro é parte essencial na, assim chamada, religião Sikh. 

Por esse motivo muitas pessoas consideram o Sikh Dharma como "a religião do livro". Em uma cerimonia Guruwara, como o que fizemos aqui em Curitiba no Nanak Ashram, você verá pessoas se prostrando para esse livro.

Num nível superficial você dirá: "esse povo cultua um livro!"

Recebendo a Prashad

Em parte isso é verdade, no entanto, qualquer pessoa bem informada sabe que o livro é "apenas" um símbolo do conhecimento poético, em forma de canções, que é contido nele.

Poderia fazer uma comparação, meio rasa, dizendo que as canções contidas são o néctar que os adeptos bebem e o livro é o copo onde fica esse néctar.

No Gurudwara cantamos mantras de Kundalini Yoga e recebemos a Prashad, um alimento doce que foi feito coletivamente, todos os que participaram da cerimônia ajudaram a preparar.

 Finalizando, tem muita coisa para falar a respeito de Sikh Dharma e dessa experiência de aprendizado na Kundalini Yoga e com Parvinder Singh Khalsa, mas busquei escrever aquelas que eu sinto que são os estranhamentos das pessoas que veem um monte de gente de branco e de turbante sentados sem fazer nada e com caras felizes e apaixonadas.

Essa carinha que você vê, vem de uma experiência de ultrapassar, ainda que por alguns segundos, a confusão da mente.

Aos poucos vou aprofundando e comentando mais  a respeito do que tenho aprendido.

Se você quer ter uma experiência dessas, procure um professor de Kundalini Yoga perto de onde você mora ou mande uma mensagem aqui no Blog. Eu te garanto que ninguém vai obrigar você a usar um turbante no seu dia a dia e nem a deixar sua barba crescer, mas se você quiser fazer isso, você pode. Não existe uma iniciação, você inicia a você mesmo, ou mesma.

Sat Nam Siri Wahe Guru
(O verdadeiro Ser é sutil e infinito)