Martinho da Vila - alegria, música e saúde aos 80 anos

Ontem tive o prazer de assistir a apresentação da Orquestra a Base de Cordas junto com o Pandeiro Repique Duo e o excelente Martinho da Vila no teatro Guaíra no encerramento da 35 Oficina de Música de Curitiba.

Apesar de ter ido a relativamente poucas apresentações esse ano, são eventos como esse que me fazer não querer deixar essa (fria) cidade.

O trabalho do músico e produtor João Egashira frente a orquestra a base de cordas é de grande excelência. Os arranjos do show feitos todos com muita sutileza, ótimos de se ouvir!

 O Pandeiro Repique Duo fazem um som que impressiona. Com apenas dois instrumentos, Bernardo Aguiar e Gabriel Policarpo fazem uma verdadeira multiplicação de sons percussivos.

Mas nessa postagem eu quero falar desse senhor: Martinho da Vila.


Alguns dias antes de completar 80 anos de idade, Martinho da Vila empolgou a plateia do teatro Guaíra cantando com sua voz impecável seus populares sucessos musicais. No bis o cantor voltou sozinho ao palco e conduziu a plateia tocando um pandeiro. (veja no vídeo abaixo).



Além de ótimo músico, Martinho da Vila é um forte representante da cultura Afro Brasileira, cantando e se orgulhando da cultura negra, desde tempos em que esta sofria muito mais preconceitos do que hoje.

Embalar o teatro Guaíra dessa forma, não é para qualquer um, ainda mais para um homem negro no Brasil, onde a taxa de homicídeos entre jovens negros é muito maior do que no restante da população.

Tenho dado aulas para pessoas idosas e ver esse cantor subir no palco aos 80 anos com a força que subiu é algo impressionante e inspirador.

Nas minhas aulas de Kundalini Yoga para idosos nos Centros de Referência da Assistência Social, e agora no Centro de Convivência do Idoso, em Pinhais, percebo que a música, e em especial o canto, é algo que faz toda a diferença na qualidade de vida na terceira idade.

Aula de Kundalini Yoga no CCI em Pinhais-PR

Encerramento das Aulas de Kundalini Yoga no CRAS em Pinhais-PR

Em geral quando se é jovem, não se pensa muito sobre isso, afinal, estamos muito preocupados em ganhar dinheiro, adquirir coisas, desfrutar de prazeres... e enfim, sempre perseguindo algo que achamos que nos trará a plenitude e felicidade.

No final da vida, é comum as pessoas começarem a pensar que o que vale dessa vida são coisas simples, como o cantar, trocar experiências com outras pessoas, aprender e meditar.

Na nossa cultura brasileira não temos o hábito de meditar, de apenas ficar bem com nós mesmos, eliminando toda ansiedade. Muitas pessoas jovens sabem disso, mas acabam sempre deixando isso para depois. Só que quanto mais se deixa para depois, mais nós temos para desfazer, mas mais importante do que isso, estamos deixando a vida de lado, pois a vida só ocorre quando nós estamos presentes de verdade. Isso é o que se chama de despertar espiritual, despertar da consciência. É isso o que buscamos desenvolver com a prática de Yoga. A consciência de se viver bem o aqui e agora.

Como já falei em outras postagens, a base da meditação é encarar de frente a consciência da morte, da finitude da vida. Assim podemos ser livres para desfrutar a vida em cada fase, seja na inocência da infância, no vigor da juventude ou na experiência da vida idosa.

"Canta canta, minha gente,
deixa a tristeza pra lá.

Canta forte, canta alto,
que a vida vai melhorar."
Martinho da Vila

Sat Siri Akal!
(Saúdo a verdade que é imortal em todos nós!)

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