Dia das mulheres - luta por direitos sociais e religiosos

Sat Nam

Hoje, dia 08 de março é comemorado o dia internacional das mulheres. 

Tem um pessoal, que de certo não gosta de estudar, ou pior que estuda coisas meio tortas, e acha que as mulheres sempre tiveram os mesmos direitos dos homens e acham que tudo é perfeito e quem luta por direitos são um bando de chatos, principalmente as feministas. Muita gente não sabe, mas o dia internacional das mulheres têm origem em lutas socialistas por direitos trabalhistas. O feminismo é um movimento que luta por direitos iguais entre os sexos e não pelas mulheres serem acima dos homens. Se hoje a situação das mulheres em relação à direitos é melhor, certamente foi por causa de muita luta.

Em primeiro lugar gostaria de homenagear todas as mulheres com as quais convivo: vó, mãe, companheira, tias, primas, alunas de Yoga, mulheres idosas, mulheres gestantes, mulheres trabalhadoras, crianças.

Tenho dado aula de Kundalini Yoga para mulheres gestantes nos Centros de Referência da Assistência Social - CRAS - no município de Pinhais/PR. Essa troca de experiências tem sido incrível. Com as técnicas e exercícios de Yoga as gestantes tem aprendido a controlar suas emoções, principalmente a ansiedade em relação ao momento do parto, mas também sempre estimulo que elas tirem um momento para ficar em paz com elas mesmas, se reenergizando e encontrando sua paz interior. Com elas tenho aprendido muito a desenvolver minha sensibilidade no trato, na fala e a compreender um pouco mais do universo feminino.

Também dou aulas para idosos nos CRAS. Há homens também, mas a maior parte do público é feminino. Também aprendo muito e recebo muito carinho dessas mulheres idosas que contam suas histórias de vida e muito me ensinam com sua sabedoria.

Longe de ser uma data puramente comercial, como vários outros feriados, o dia internacional da mulher é uma data de luta em favor dos direitos trabalhistas das mulheres, tendo origem em manifestações realizadas tanto nos Estados unidos quanto na União soviética.

Esse artigo da BBC  conta um pouco dessa história:



Na Índia, na época dos gurus Sikhs, cerca de quinhentos anos atrás, as mulheres eram consideradas muito inferiores na sociedade. Tanto hindus quanto muçulmanos, as duas principais religiões da época, consideravam as mulheres como inferiores aos homens. As mulheres eram tratadas como meras propriedades que só tinham valor para servir aos homens ou para entretenimento, sendo consideradas sedutoras e distrações no caminho espiritual dos homens.

Aos homens era permitida a poligamia, enquanto que as mulheres viúvas eram proibidas de se casarem novamente. Existia também uma prática chamada SATI em que as viúvas deveriam queimar-se durante o funeral do marido.

As mulheres também eram forçadas a se casarem ainda crianças, muitas eram obrigadas a usarem véus. Muitas mulheres hindus eram capturadas e vendidas como escravas em países muçulmanos.

Nesse contexto o fundador do caminho Sikh, guru Nanak, chocou a sociedade pregando que as mulheres eram tão dignas de estarem num caminho espiritual quanto os homens e que eram iguais aos homens. Quinhentos anos mais tarde, grande parte da humanidade ainda está acordando para essa realidade fundamental.

Os Gurus Sikhs ativamente encorajaram a participação das mulheres tanto na vida religiosa quanto no campo de batalha. Eles também encorajaram a liberdade de discurso e a participação das mulheres era permitida em toda e qualquer atividade religiosa, inclusive na leitura do Guru Granth Sahib.

Visão dos Gurus 

Guru Nanak

Admitiu as mulheres na sangat (congregação) sem nenhuma restrição ou reserva. Sentia que sua mensagem tinha valor tanto para mulheres quanto para homens.

 Guru Angad

Encorajou a educação de todos os Sikhs, homens e mulheres.

 Guru Amar Das

Condenou o costume do Sati, o infanticídio feminino e a proibição do casamento de viúvas. 

 Guru Hargobind

Respeitava as mulheres e a seu respeito declarou: "as mulheres são a consciência dos homens".

 Guru Gobind Singh

Quando ele criou a ordem Khalsa fez de modo aberto e igual para homens e mulheres. Os homens recebem o sobrenome Singh (leão) e as mulheres o sobrenome Kaur (princesa). Uma mulher Sikh é um indivíduo com seus próprios direitos, ela não necessita do sobrenome do marido, sendo Kaur até o fim da vida.

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Que haja liberdades e direitos iguais para todas as mulheres e homens do mundo!

Que mulheres e homens lutem por um mundo mais igualitário e com justiça social!

Feliz dia das mulheres!


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